Pequenos negócios são tema principal em segundo dia do World Chambers Congress
Programação contou com workshop sobre e-commerce e internacionalizações dos pequenos negócios
O 11th World Chambers Congress debateu pautas fundamentais para as pequenas e médias empresas durante esta quinta-feira (13), no Rio de Janeiro. O potencial do e-commerce, a presença das micro, pequenas e médias no comércio mundial e o papel das câmaras de comércios foram debatidos por palestrantes nacionais e internacionais.
O e-commerce expõe um imenso potencial para pequenas e médias empresas (PMEs) e pautou o workshop “A revolução do e-commerce: Comércio eletrônico para pequenas empresas”. As MPEs que utilizam plataformas online têm cinco vezes mais probabilidade de exportar do que aquelas de economia tradicional. O diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, mediou o painel e recebeu a fundadora da Zedi e vencedora do concurso Google “Small Businesses Going Global Video Challenge”, Juliet Azedi Ajaab; o coordenador internacional de Projetos da Câmara de Comércio e Serviços da Argentina, Sebastian Ferrari; a diretora de Programas Globais do Centro para Empresas Privadas Internacionais, Anna Kompanek; o chefe dos Serviços de Comércio Global do Santander, Fernando Pierri; e o coordenador nacional de Comércio e Serviços da ABDI, Eduardo Rodrigues de Rezende.
“A internet e o movimento do e-commerce são algo inexorável. Enquanto o mundo tem 12% do seu comércio focado no e-commerce, a América Latina só tem 2.7%. A onda está começando, é o momento de unirmos forças para que os pequenos negócios ganhem espaço e avancem no mercado online”, disse Eduardo Diogo.
O diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, esteve presente ao evento para acompanhar o painel e ressaltou a importância do Congresso para debater o novo perfil do consumidor, que está mudando de hábitos a todo momento. “Todas as empresas e as câmaras de comércio de todo o mundo podem estar juntas e tirar esse pulso da economia global e das tendências, assim como as medidas que o setor está adotando para estar mais próximo da expectativa do consumidor e, assim, se atualizar e antecipar tendências”.
Entre os participantes que compuseram o painel, a empresária Juliet Azedi Ajaab falou sobre sua experiência em empreender de forma online em seu país, Gana. Juliet tem um e-commerce de roupas e contou ao público presente as dificuldades que teve que enfrentar ao entrar no comércio eletrônico. A empreendedora tinha pouco dinheiro para investir e encontrou na internet a solução perfeita. “A internet é uma vantagem e eu me aproveitei disso, pois assim eu não precisava de uma loja física para vender os meus produtos e ainda ganhei perspectiva internacional, já que por meio dessa ferramenta eu não precisava ter ninguém no exterior para começar a expandir o meu negócio”.
Eduardo Rodrigues de Rezende também participou do painel e ressaltou o Prova – laboratório do varejo da ABDI, que visa conectar a indústria, os governos, os empreendedores e os investidores do setor varejista para desenvolver e disseminar novas tecnologias. Rezende citou que, por meio do projeto, foi realizada uma pesquisa com 50 varejistas sobre o uso da tecnologia nos empreendimentos. Os varejistas listaram a importância da tecnologia em sexto lugar, atrás de competividade, RH e administração financeira, por exemplo. “Sabemos da importância dos canais eletrônicos e das mudanças que estão gerando, mas ainda não é considerado um desafio para o grupo que estudamos. Temos que entender que o comércio eletrônico é uma necessidade, usar a tecnologia é fundamental”.
Comércio externo
A micro, pequenas e médias empresas representam 95% de todos os empreendimentos, porém ainda permanecem pouco representadas no comércio mundial. Para muitas MPEs, o processo de expansão para mercados estrangeiros ainda parece incômodo, impedindo que comunidades e economias em todo o mundo desfrutem dos muitos benefícios advindos do maior crescimento desse segmento.
Renata Malheiros, gerente do Sebrae, compôs o painel “MPEs para o mundo: câmaras como facilitadoras e parceiras” e citou três pontos fundamentais paras as pequenas empresas quando o assunto é a internacionalização. O primeiro é o papel fundamental das câmaras de comércio como parceiros para informar sobre especificidades do comércio internacional. Em segundo, o nicho: “Pequenas empresas tem uma capacidade muito grande de oferecer produtor personalizados, então encontrar o nicho de mercado é importante”. Por último, pequenas empresas mais competitivas conseguem exportar mais, então é necessário olhar para o próprio negócio e analisar como está a inovação, planejamento e finanças da empresa.