De início, podemos enxergar os debates como as mídias sociais, no sentido que os mensageiros driblam a imprensa tradicional e conseguem se comunicar diretamente com seus públicos, e mais importante, com aqueles que não são tradicionalmente seus simpatizantes.
Os debates param o país e podem ter resultados incomenssuraveis, positivos ou negativos, para as campanhas. É o momento do cantidato ter presença de espirito, sabedoria, conhecimento, prontidão, intuição, engenhosidade e sagacidade. Tudo isso somado à capacidade de recuperação e leitura do opositor para fazer os ajustes apropriados ao longo do debate.
O êxito no debate demanda 100% de talento e trabalho, principalmente nos momentos iniciais e finais, quando a atenção da audiencia está mais ativa. São esses momentos que tem a tendência de mais ecoar na mente do público alvo no pós debate. Também vale ressaltar que o sistema de pontuação para cada candidato é diferente de qualquer outro, consequentemente, as vitórias são discutíveis e controversas. O que faz a diferença é uma linguagem clara e repetidos knockdowns inequívocos, demandando um conteúdo fatal e uma execução cirúrgica.
É preciso dominar as sutilezas. A leitura da linguagem corporal. O uso da dose adequada de humor e mesmo de sarcasmo. O observar cuidadoso de cada reação da outra parte. Além do conteúdo fatal e da execução cirúrgica, é impessindível também uma dose de humildade, para compreender que o aprendizado é permanente e o resultado do trabalho é vitalício.
Olhando para o lado específico dos debates, a Comission on Presidential Debates (CPD), criada em 1987 em conjunto entre os partidos Democratas e Republicanos, é a responsável por organizar todos os debates dos candidatos à presidência e à vice-presidência.
Os debates das eleições deste ano já tem data. Serão três debates precidenciais, dias 29 de setembro; e 15 e 22 de outubro, além de um debate entre candidatos à vice-presidência, no dia 7 de outubro.
Por fim, há duas curiosidades dignas de citação. A primeira aconteceu no primeiro debate televisionado, em 1960, entre o Senador John Kennedy e o Vice-presidente Richard Nixon. Alí se percebeu a importância do visual dos candidatos. Enquanto a audiência do rádio consideraram Nixon o vencedor, a da TV deu a vitória a Kennedy. Já a última curiosidade aconteceu no último debate televisionado, portanto o terceiro debate à presidência de 2016. Enquanto Trump falou por 35 minutos e 41 segundos, Hillary Clinton dispôs de 41 minutos de 46 segundos, 14% a mais de tempo de tela que o oponente.