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Crescimento PIB do Ceará é 59% superior ao nacional

A economia cearense, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, cresceu 4,3 por cento em 2011, em relação a 2010, e superou o desempenho da economia brasileira no ano passado, que foi de 2,7 por cento. Com o resultado, o PIB do Ceará totalizou, em 2011, um valor de R$ 84 bilhões, resultando em uma renda per capta de R$ 9.865,00, enquanto a do Brasil somou R$ 4 trilhões, com PIB per capta de R$ 21.252,00. Os números foram anunciados na tarde desta terça-feira, 20/03, durante entrevista do secretário do Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, e do diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, Flávio Ataliba, além da economista do IPECE, Eloísa Bezerra.

Ao avaliar o desempenho da economia cearense no ano passado, o secretário Eduardo Diogo disse que os números refletem mais um resultado positivo do governador Cid Gomes, que lidera uma grande aliança com a participação de segmentos do segundo setor, representado pela iniciativa privada, e do terceiro setor, com entidades da sociedade civil organizada. O PIB do Ceará, acrescentou o titular da SEPLAG, apresentou crescimento de 59% a mais em relação ao desempenho nacional. Todos os índices estão no IPECE/Informe nº 25 (Desempenho da Economia Cearense no 4º Trimestre e Acumulado de Janeiro a Dezembro de 2011), que pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.

No quarto trimestre de 2011, o PIB do Ceará a preços de mercado – que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos – apresentou evolução de 3,6 por cento, contra 1,4 por cento do nacional. O Produto Interno Bruto é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo, com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, desagregados por suas atividades econômicas. A tendência, em 2012, é que a economia cearense continue a crescer acima da nacional.

Já a economia cearense mensurada pelo Valor Adicionado (VA) a preços básicos, ou seja, sem incluir os imposto, cresceu, no ano passado, 5 por cento, superando a nacional, de 2,5 por cento. No quarto trimestre, também levando em consideração o VA, o desempenho cearense foi de 4,5 por cento (sobre o mesmo trimestre do ano anterior), maior também que a taxa brasileira, de 1,2 por cento. A economia cearense – observa o professor Flávio Ataliba, obteve taxas de variações maiores que as nacionais nas duas comparações (PIB e VA) e nos dois períodos, no ano e no quarto trimestre de 2011.

Após dois anos registrando queda no Valor Adicionado, o setor de Agropecuária cearense, em 2011, apresentou um crescimento significativo de 33,9 por cento quando comparado a 2010. Já Agropecuária brasileira cresceu 3,9 por cento sobre 2010, destacando uma produção agrícola recorde em 2011, com uma produção nacional de 159,9 milhões de toneladas. Os resultados do Ceará e do Brasil foram influenciados pelo crescimento das lavouras, leguminosas e oleaginosas, devido às boas condições climáticas.

Em2011 asafra de grãos cearense foi recorde e alcançou 1,3 milhão de toneladas, uma variação de 287,2 por cento em relação à safra registrada em 2010, com destaque para o milho (422,2 por cento), feijão (217,5 por cento) e arroz (46,4 por cento), citando as mais importantes, que, juntas, representaram 97,6 por cento do total de grãos. A produção de frutas também apresentou bons resultados, dado a prática de uma agricultura diferente da tradicional, introduzindo tecnologia na produção de culturas, como a melancia (13,1 por cento), maracujá (13 por cento), banana (11 por cento) e mamão (9,4 por cento).

A Indústria cearense registrou fraco desempenho ao longo do ano e fechou 2011 com um leve crescimento de 0,5 por cento sobre o ano de 2010, que foi muito bom para a Indústria, com incremento de 9,7 por cento. Já o resultado do quarto trimestre foi o melhor alcançado pelo setor Industrial, com um crescimento de 2,9 por cento sobre o mesmo trimestre de 2010. No caso cearense, dos quatro segmentos industriais, a Extrativa Mineral e a Transformação apresentaram variações negativas de 5,8 por cento e 3,3 por cento, respectivamente. As maiores variações positivas foram verificadas em Eletricidade, Gás e Água (5,2 por cento) e Construção Civil, com 4,9 por cento.

Em 2011, o Setor de Serviços foi novamente o sustentáculo da economia cearense, com destaque para o Comércio e Alojamento e Alimentação. O Comércio vem registrando expansão, desde 2004, no volume de vendas a varejo, influenciada pela conjuntura favorável, como a ampliação do crédito, salários com ganhos reais, uma política monetária flexível, com redução da taxa Selic. Além de promoções do segmento comercial, como a Fortaleza Liquida, tem dado suporte para a continuidade das vendas varejista cearense. Os resultados do Valor Adicionado do Comércio são fortalecidos pelas vendas do varejo medidas pelo IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Na análise do indicador simples, sem contabilizar as atividades de Veículos, motos e peças, e Material de Construção, o volume de vendas cresceu 8,0 por cento, em 2011. Quando se inclui as atividades mencionadas, a variação cresce para 8,6 por cento sobre 2010. Nos dois índices, a maioria das atividades acusou taxas positivas, destacando-se: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (21,7 por cento); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,3 por cento); Livros, jornais, revistas e papelaria (16,8 por cento), Veículos, motos e partes e peças (10,6 por cento).

O bom desempenho econômico do Ceará transbordou para o mercado de trabalho. O Estado registrou um saldo de 57.054 empregos com carteira assinada, acumulando, de2007 a2011, um saldo de 287.203 vagas. O maior destaque de 2011 na geração de emprego formal foi o setor de Serviços, com a oferta de 27,9 mil empregos, seguidos pelo Comércio, com 17,9 mil vagas. Dentre as atividades que compõem os Serviços, destacaram-se as atividades de Alojamento e alimentação, com a criação de 7,2 mil postos de trabalho, e Comércio, administração imobiliária e serviço técnico profissional, com 10,9 mil empregos celetistas.

Apesar das crises, o país registrou resultados positivos nos principais indicadores do comércio exterior. Os resultados para o Ceará, de um modo geral, seguiram os nacionais, com exceção da balança comercial, que foi negativa para os quatro anos analisados, tendo em vista o volume das importações cearenses, na maioria equipamentos destinados aos investimentos em implantação no Estado. De forma geral, esses resultados foram satisfatórios para a economia crescente. No que se refere à pauta de exportações dos principais segmentos cearense, quase todos os produtos selecionados apresentaram variações positivas. Vale citar o crescimento das exportações de Óleos brutos de petróleo e lubrificantes, com uma variação de 4.291,1 por cento em 2011, sobre 2010.