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Bolsonaro, Trump e a miopia dos Especialistas!

Brasil e EUA têm inúmeras diferenças e semelhanças; Bolsonaro e Trump também as têm. No que tange às semelhanças, vou me restringir a apenas uma dúzia delas:

  1. Representam um sentimento de saturação com o “politicamente correto”;
  2. São personalidades demais controversas, líderes de um populismo de direita;
  3. Rebatem a imprensa sem receio e de igual para igual;
  4. Transmitem suas mensagens de modo simples, claro e objetivo;
  5. Se apresentam como independentes e destemidos agentes de mudança;
  6. Abraçam sem constrangimentos suas posições mais polêmicas;
  7. Levantam a bandeira de defensores da família tradicional;
  8. Expressam repúdio às desordens civis e defendem medidas duras para a prevalência da lei e da ordem;
  9. Se comprometem a restaurar a honestidade na política;
  10. Priorizam manter o alto entusiasmo dos seguidores, não se importando em serem superficiais;
  11. Se colocam como líderes sinceros e genuínos, que falam na lata suas opiniōes;
  12. Tiram proveito de um envelhecimento cronológico e mental de vários líderes politicos nacionais.

Bolsonaro parece ter compreendido—assim como Trump o fez—que esse conjunto acima gera profunda admiração e lealdade suprema por parte dos seguidores; e isso nos leva a duas observações.

Um, parte desses admiradores-seguidores votarão em segredo a fim de evitar possível condenação social. Isso fará com que Bolsonaro tenha mais votos do que as pesquisas demonstrarão.

Dois, iludidos os que acham que o índice de rejeição dele é a certeza de que seu teto o excluirá do páreo. Representando a indignação de admiradores-seguidores leais e eufóricos, Bolsonaro precisa apenas repetir Trump e sua estratégia que batizei de “100% de seus 100%”.

Morando na capital dos EUA, eu vivi cada um dos 511 dias da campanha de Donald Trump para Presidente. Me lembro bem quando a mídia, os especialistas liberais, o Presidente Obama e todos os Democratas elegeram Trump como o candidato Republicano perfeito para ser esmagado pela 1a mulher Presidente. Com o andar da carruagem, a galhofa geral virou reflexão, daí preocupação, depois medo, seguido pelo pânico. O resultado nós conhecemos.

Aqui no nosso querido Brasil, o retrato acima me parece que será suficiente para fazer Bolsonaro subir a rampa do Palácio do Planalto. Por outro lado, se, de fato, via de regra nós nunca sabemos ao certo o que vai acontecer; uma coisa eu afirmo com plena convicção: os especialistas estão constantemente errados. Uma das razōes para isso é o que em inglês se chama “confirmation bias”—e um salutar antídoto para essa armadilha psicológica é assumir um “beginner’s mindset”. Humildade é imperativo, sempre!