Uma maioria mudou…
Não adianta figuras internacionais darem pitaco… Não adianta caciques políticos negociarem apoio e montarem coalizões eleitorais… Não adianta candidatos derrotados orientarem os “seus” eleitores à votarem em quem quer que seja… Não adianta celebridades dizerem isso ou aquilo… Nada disso funciona mais…
Uma maioria simplesmente não mais responde à esse tipo de tentativa de convencimento… Ou manipulação, tutela, orientação… Cada um chama como preferir.
Contudo, o fato concreto é que o povo brasileiro decidiu tomar as rédeas do seu próprio destino.
Principalmente por estas razões, entendo que 130 anos após a Princesa Isabel ter assinado o diploma legal da libertação dos escravos…
Em 2018 o povo Brasileiro está assinando a Lei Áurea que extingue a escravidão do voto.
Portanto, um voto extremamente livre e independente é o resultado maior desta eleição até o presente momento.
2018 também nos remonta a 2002, pois 16 anos após um Brasil se mobilizar, se alegrar e se revigorar com a eleição de Lula Presidente,
hoje o que estar a mobilizar, alegrar e revigorar um Brasil é o conjunto de mudanças que a iminente eleição de Bolsonaro Presidente promete assegurar…
Afirmo isso respeitando todos os quais percebem de modo diferente, dentre eles inúmeros queridos amigos meus espalhados pelo nosso Brasil…
Afirmo como um fato concreto e consolidado nos meus singelos estudos.
Uma “mão invisível” (não de Adam Smith), continua a querer criar uma percepção cega e incontestável de que todos os eleitores de um lado são horrendos opressores malévolos; e todos os eleitores do outro são ingênuas e virtuosas vítimas.
Seria tão bom que nosso diálogo não contemplasse tais pirotecnias divisionistas… Mesmo que tais estratagemas garantissem vitórias eleitorais, elas liberam uma bactéria no ar que provoca uma doença potencialmente letal para a nação, que pode levar gerações para se curar e se reunificar.
No início eu falei da extinção da escravidão do voto…
A extinção da escravidão em sua forma clássica foi o principal motivo que levou os EUA a se dividir na sua Guerra Civil, de 1861 à 65. Enquanto os conservadores do Partido Republicano lideraram a libertação dos escravos, você ouviu correto, o mesmo Partido Republicano de Donald Trump liderou a libertação dos escravos;
Do outro lado, os liberais do Partido Democrata lutaram pela manutenção da escravidão, você também ouviu correto, o mesmo Partido Democrata de Obama e Hillary Clinton lutou pela manutenção da escravidão.
Como sabemos, os Democratas foram obviamente derrotados…
E inconformados com a derrota ao final da Guerra, no ano seguinte fundaram a Ku Klux Klan no Tennessee. A Klan, chamada por seus membros de o “Império Invisível”, foi um instrumento ilegal e selvagem criado para se opor a reconstrução nacional liderada pelo Partido Republicano…
Que naquele momento já estava sem o seu maior expoente Abraham Lincoln, pois Lincoln, que hoje é considerado por toda a nação como o “Salvador da União”, já havia sido assassinado por radicais que exatamente não aceitavam o fim da Escravidão…
No caso, não a do voto, mas a clássica.
Fiz este pequeno resgate para ficarmos alerta e não cairmos em tentação…
A tentação está bem pertinho de nós…
Ainda esta semana, na maior Democracia do mundo, a derrotada na última eleição presidencial, a Democrata Hillary Clinton, em entrevista à Christiane Amanpour da CNN, incentivou atos de violência, afirmando, que “a civilidade só pode começar de novo” quando os Democratas retomarem o controle da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.
Não podemos cair nesta tentação autoritária e anti-democrática simplesmente porque nossas teses foram derrotadas!
Repito, faço este pequeno resgate no intuito de colaborar para o nosso aperfeiçoamento,
observando os ensinamentos que a história nos traz. Obviamente a história não se restringe ao passado; e seu entendimento é imprescindível para podermos tanto discernir as dinâmicas do presente,
assim como tecer hipóteses sobre tendências do futuro e
podermos nos preparar para fazer desse futuro o melhor possível para TODOS nós.
E esse conjunto de compreensões corresponde às nossas experiências no presente, que constroem e moldam a história – a história de nosso tempo e a história de nossas vidas.
Que agora se apresenta diante de nós para nos alertar de que já já será tempo de regenerar no nosso querido Brasil…
EDUARDO DIOGO